Audiência Pública da CFE 2016 aponta alternativas para o desenvolvimento urbano e social

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Desenvolver gestão política e com a participação popular que assegure qualidade de vida, projetos sustentáveis na esfera pública com um olhar voltado à preservação do meio-ambiente, planejando um maior investimento em saneamento básico. Essas foram algumas das diretrizes expostas durante audiência pública que debateu, na última quarta-feira, a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) 2016, cujo tema deste ano é “Casa Comum. Nossa Responsabilidade” e que tem apoio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), iniciativa liderada no país pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O evento contou com a presença do arcebispo metropolitano, Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues; padre Ricardo Cirino Vaz; coordenador para o Ecumenismo e Diálogo Interreligioso da Arquidiocese; Anice Souza de Almeida, coordenadora Arquidiocesana da CFE 2016; padre Arari dos Santos Amorim, Kojak, coordenador da Comissão para o Serviço da Caridade, Justiça e da Paz da Arquidiocese, padre Manoel César de Camargo Júnior, coordenador do Centro Arquidiocesano da Pastoral, além de membros do Conselho de Leigos da Arquidiocese, diáconos e integrantes das comunidades paroquiais da cidade.

Portadores de deficiência auditiva puderam saber de tudo o que foi debatido na audiência por meio de dois profissionais de Libras que se alternavam durante a sessão. A esposa do vereador, Alcilézia Godoy, a irmã, Isaura Godoy e a sua mãe, Tereza Godoy também prestigiaram a sessão.

Um vídeo narrado por Helio Godoy(PRB) e que presidiu a audiência foi exibido ao público presente, mostrando os problemas de córregos, poluição e falta de obras de saneamento na cidade. As águas sujas e que recebem o lixo de São Paulo, uma das maiores metrópoles do País, proveniente de córregos que cortam a cidade e chega às águas do rio Tietê na barragem de Salto fizeram parte das filmagens exibidas. O vídeo oficial da CFE com a mensagem do Papa Francisco da CFE também emocionou a todos.

As estatísticas oficiais mostram que ainda existem muitos desafios porque um bilhão de pessoas fazem as suas necessidades a céu aberto, e 4 mil crianças morrem todos os anos por falta de água tratada. Já o brasileiro produz em média um quilo de resíduo sólido todos os dias, sendo que em São Paulo são produzidas cerca de 14 mil toneladas de resíduos diariamente.

O arcebispo Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues lembrou que a CFE é um movimento mundial que conclama líderes de outras religiões que não somente a Católica, através do Papa Francisco, a repensar o modo de vida atual da sociedade do século XXI. Segundo ele tanto governantes como a sociedade têm responsabilidade pelo futuro do planeta e as ações individual também são essenciais para cada um fazer a sua parte.

“Devemos lembrar que a Terra é um organismo vivo, um presente de Deus, mas cujos homens a degradam e comprometem o seu ecossistema por causa apenas dos valores materiais. É preciso rever hábitos e a forma de se pensar a política porque as guerras, o efeito estufa, e a densidade populacional sem controle compromete a vida de todos”.
Durante a audiência líderes de bairro também expuseram os problemas locais em termos de saneamento básico e outros desafios como melhorar as condições de vida dos mais necessitados. A falta de obras em córregos abertos existentes em muitas regiões da cidade foi reclamada pelos moradores. Um dos momentos emocionantes foi quando todos rezaram o Pai Nosso Ecumênico da Campanha da Fraternidade, simbolizando a união de outras denominações religiosas em torno de um bem comum para toda a humanidade.

Na avaliação do Padre Ricardo “o homem público deve se comprometer com as causas que influenciam a vida das pessoas e que a ocupação de um cargo público aumenta essa responsabilidade. A Campanha da Fraternidade aproxima todos de um mesmo objetivo: pensar um planeta melhor para todos e, em nível local, o que cada um de nós fazemos para preservar a natureza e a nossa própria casa através de exemplos”.

Por isto, temas como coleta de lixo, o combate ao mosquito transmissor da dengue e zika, o Aedes Aegypti, e que vem assustando o mundo com milhares de casos da doença, a necessidade de se ampliar projetos de coleta seletiva de lixo doméstico e comercial, e maior investimento no tratamento da água e esgoto predominaram na audiência pública.

O desequilíbrio atual da natureza que abala o mundo com terremotos, furacões, tsunamis e aumento de doenças transmissíveis, foram observados pelos participantes da audiência como uma reação da Terra à ação nefasta da humanidade e que precisa ser substituída pela consciência ambiental.

Na avaliação de Helio Godoy a audiência alcançou o seu objetivo. “Conseguimos aprofundar todo um universo de assunto que afeta diretamente a vida de milhares de pessoas. A Campanha da Fraternidade seguirá agora todo um calendário ao longo do ano e estaremos sempre trazendo esta discussão em nossas ações na Câmara Municipal. Como homem público o nosso dever é estimular esse debate de forma permanente e, com isto, pensarmos o desenvolvimento de Sorocaba com um outro olhar”, concluiu o vereador.