Falta de gestão agrava crise na saúde, afirma Godoy

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“A crise na saúde perdura há vários anos em Sorocaba por falta de gestão e planejamento, com uma precarização que já vem de secretários anteriores, penalizando a população”. Foram com estas palavras que o vereador Helio Godoy (PRB) criticou o estado atual de atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto-Atendimento (UPH) durante audiência pública realizada na Câmara Municipal, nesta quarta-feira, para debater o assunto. O secretário municipal da Saúde, Francisco Antonio Fernandes e diretores técnicos responderam aos questionamentos de vereadores, representantes de instituições e de profissionais do setor. Uma das principais informações reveladas pelo secretário foi a existência de um déficit de R$ 30 milhões e que, se não for solucionado até o fim do ano, a saúde no município será ainda mais penalizada. O secretário admitiu que ainda não encontrou uma alternativa para evitar essa dura realidade.

Como se não bastasse as UBs e UPHs sofrem com a falta de médicos e enfermeiros, sendo que pelo levantamento mostrado pela Secretaria, entre maio e agosto, foram realizados um total de 424.587 consultas médicas na atenção básica, especializada e de urgência na rede municipal. E o número de consultas de enfermagem foi de 137.555. O parlamentar quis saber qual o número atual de médicos e enfermeiros na rede municipal e se há previsão para novas contratações; além disso, se o Orçamento da Saúde que, neste ano, é de R$ 283.871.230,00 sofrerá redução em 2016. Não houve respostas.

Para exemplificar o desespero de quem procura encaminhamento na rede básica de Saúde, Helio Godoy entregou ao secretário um apelo por ajuda de uma pessoa que esperava há 3 dias atendimento de um parente numa das UPHs. O pedido foi enviado direto para o Facebook do arcebispo metropolitano de Sorocaba, dom Eduardo Bene Sales de Oliveira.

“Portanto, se até para o bispo da cidade a população está pedindo socorro para conseguir vagas em hospitais isso mostra o quanto estamos com problema de gestão na saúde”, afirmou. O parlamentar ainda lembra que o Estatuto do Idoso e da Criança e Adolescente assegura prioridade de atendimento na rede municipal. “Mas não é isso o que está acontecendo porque idosos e crianças esperam por horas na fila”. Ele defende ainda que pessoas que tenham algum ente querido falecido por falta de atendimento devem recorrer à Justiça.

“O secretário municipal de Saúde mostrou um quadro preocupante ao reconhecer a falta de recursos para garantir atendimento eficiente. E se nem o Poder Público tem um plano B cabe à população também apelar para a Justiça”. Em sua fala o vereador reforçou que ,” se nós estamos hoje sem gestão diante de um quadro como esse não podemos desistir, mas fortalecer a nossa política e decisões que efetivem a busca de soluções o mais rápido possível”, finalizou.