Godoy defende mudanças na gestão do Parque Tecnológico

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O vereador Helio Godoy (PRB) defendeu em sessão extraordinária desta segunda-feira uma revisão na gestão do Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) que pode ser voltada para o desenvolvimento de tecnologias que aumentem a eficiência de setores importantes da máquina municipal como o SAAE, Urbes, saúde e educação, ampliando o seu papel como incubadora de empresas e novos negócios do setor.

O debate aconteceu durante votação de projeto de lei enviado pela Prefeitura, alterando a estrutura administrativa do PTS. Godoy teve o apoio de outros parlamentares sobre a necessidade de se revisto o papel do Parque Tecnológico que tem um custo mensal de R$ 600 mil reais e que, segundo ele, ainda não apresentou resultados concretos.

A liderança do Executivo na Câmara Municipal aceitou retirar o projeto para ser melhor avaliado, adiando a sua votação para o próximo ano. Godoy que também é membro da Comissão de Ciência e Tecnologia do Legislativo convocará em fevereiro de 2016, quando os vereadores retornarem do recesso parlamentar, uma audiência pública para ser debatido o futuro do Parque Tecnológico.

“Nós entendemos que o Parque Tecnológico tem que gerar receita para promover a eficiência da máquina administrativa e tecnologia para a saúde, educação, trânsito e outros segmentos. O Parque foi criado para aproximar universidades e empresas, a primeira com conhecimento e a segunda com capital, promovendo uma sinergia que se transforme em mudanças na vida do município, inclusive promovendo inclusão digital da comunidade”, observou.

O vereador reconhece a importância do Parque como fomentador de pesquisa avançada junto às universidades como USP, Unesp,PUC, Fatec, Facens, Unicamp, Uniso, e empresas multinacionais, funcionando como uma incubadora para o desenvolvimento de projetos tecnológicos para o setor produtivo industrial em mecânica, automobilística, médica, farmacêutica, entre outros segmentos.

No entanto, Godoy lembra que a Câmara Municipal aprovou o projeto do Parque Tecnológico contando que a sua inovação estimularia dividendos ao município, promovendo e vendendo tecnologia. Ele exemplifica o caso do SAAE que até hoje usa um sistema arcaico que é quebrar ruas para se chegar ao reparo de um vazamento. “O Parque poderia desenvolver uma tecnologia que facilitasse a localização desse vazamento com equipamentos modernos, e também evitasse o desperdício no fornecimento de água à população. Em países desenvolvidos, como na Alemanha, a perda é de 10% apenas e no Brasil a nossa perda é de 40%”.

O parlamentar destaca que “os avanços tecnológicos podem se estender ainda ao tratamento do esgoto na cidade, ao meio-ambiente, à fluidez do trânsito que com uma frota de mais de 400 mil veículos já provoca gargalos de congestionamento fora dos horários de pico em Sorocaba. O meio-ambiente e qualidade de vida do sorocabano também podem ser atrelados ao desenvolvimento de novas tecnologias do PTS, sem falar na saúde que é outro setor que precisa de um eficiente sistema de agilidade e aperfeiçoamento do atendimento à comunidade”.

O vereador destaca que os membros da Comissão de Ciência e Tecnologia visitaram o Parque Digital de Recife em 2015 e testemunharam uma sinergia com o Poder Público, que desenvolve políticas públicas direcionadas à eficiência da gestão municipal. Godoy observa que Sorocaba não tem apresentado os mesmos resultados, começando pelo fechamento de 32 oficinas do Sabe Tudo .

“O orçamento de R$ 500 mil para se manter o Parque Tecnológico é o mesmo valor que mantinha o projeto do Sabe Tudo que promovia a inclusão digital e oferecia cursos técnicos-profissionalizantes, beneficiando cerca de 30 mil pessoas. E agora está havendo uma exclusão digital da população pela Prefeitura. Temos uma coisa muito bonita que é o Parque Tecnológico, mas sem benefício à população. Onde estão os resultados? Eles ainda não existem”.

Enxugamento da máquina municipal

Godoy salientou que o Poder Público hoje tem um desafio: superar a crise sem comprometer os seus serviços públicos e, para isto, ele defende uma visão realista. “Ao invés de criar cargos a Prefeitura deveria fazer uma reforma administrativa para ajustes internos, extinguindo e fazendo junção de secretarias e promover cortes de cargos de confiança”.

Em sua avaliação enquanto isso não acontecer a população continuará prejudicada em setores essenciais como saúde, educação e até mesmo os servidores públicos. “A Prefeitura está dando férias aos funcionários, mas desde que não recebam os seus vencimentos porque não tem dinheiro para pagar. Esta é uma situação que poderia ser evitada se houvesse planejamento”.

Nas últimas sessões legislativas o vereador tem defendido, por exemplo, parcerias do Poder Público com empresas, sindicatos patronais e de trabalhadores para gerar renda e, internamente, ser realizada uma profunda reforma administrativa evitando, dessa forma, que o funcionalismo também seja penalizado. O parlamentar teve o apoio de outros vereadores que estão indignados com o que consideram ineficiência da Prefeitura na administração do município.

“Precisamos de ajustes reais na Prefeitura e, ao invés de fechar escolas no ano que vem, devemos cortar gorduras onde tem que ser cortadas”, finalizou Godoy.